sexta-feira, 12 de março de 2010

Avatar

AVATAR (2009)
Nota Cineclick
Celso Sabadin

A expectativa era grande. Afinal, há 12 anos James Cameron colocou seu Titanic no primeiríssimo lugar de bilheteria de todos os tempos, com um faturamento bruto de quase US$ 2 bilhões. Lugar, aliás, onde permanece até hoje. E também fazia 12 anos que Cameron não dirigia um longa para cinema. Assim, não é difícil perceber o quanto os cinéfilos estavam aguardando Avatar, a tentativa do diretor em quebrar o próprio recorde.

Será que ele conseguirá? Se eu tivesse de apostar, jogaria minhas fichas no “não”. Em primeiro lugar porque Titanic foi um destes fenômenos que ninguém explica. Mais que um filme, foi um evento, uma catarse coletiva mundial difícil de ser justificada com argumentos racionais. E em segundo lugar porque Avatar não é tão excepcional e/ou catártico como foi Titanic. É, sim, um belo entretenimento, mas sem a carga emocional suficiente para chegar ao tão sonhado patamar de US$ 2 bilhões nas bilheterias do planeta. O melhor a fazer, então, é assisti-lo sem tentar traçar comparações.

A trama é convencional: em algum lugar no futuro, os humanos estão monitorando o planeta Pandora, em cujo subsolo existe uma grande reserva de uma determinada substância muito importante para a nossa Terra. Não fica bem claro o que e por que, mas isso não é importante. Importante mesmo é que em Pandora existe toda uma civilização extremamente desenvolvida mental e energeticamente, ainda que na Idade da Pedra em se tratando de armas de guerra. São seres similares a fadas ou elfos, maiores que os Humanos, quase mágicos, e onde todos os homens têm o nariz parecido com o de Woody Harrelson e todas as mulheres têm o pescoço da Uma Thurman.

Para tentar dominá-los, nós, terráqueos, criamos a tecnologia dos Avatares, ou seja, humanos modificados com DNA do pessoal de Pandora, feitos para desembarcar no planeta deles e estudá-los mais de perto para possamos subjulgá-los da maneira mais eficiente possível. O Avatar seria, então, uma espécie de espião que se infiltra entre os aliens para conhecer seus segredos. Claro que um Humano (Sam Worthinghton) se revolta contra a situação. Como sempre acontece neste tipo de filme.

Avatar demora a engrenar. Uma quantidade muito grande de informações é arremessada sobre o público logo nos primeiros minutos, ao mesmo tempo em que boa parte da plateia tenta se acostumar aos óculos 3D, tecnologia muito boa, sim senhor, mas que rouba uma quantidade absurda de luminosidade da tela, fazendo parecer que Avatar se passa quase sempre à noite. Fica até a impressão de que as salas brasileiras não estariam utilizando lâmpadas dentro das especificações exigidas pelo sistema, tamanha é a falta de luz e brilho. Pelo menos foi esta a sensação que tive durante a sessão de imprensa realizada no Shopping Bourbon, em São Paulo.

O roteiro - também escrito por James Cameron - se utiliza muitas vezes da desagradável muleta da narração em off, na qual o protagonista fica explicando verbalmente o que está acontecendo, em vez de tentar encontrar soluções mais imagéticas e cinematográficas.

Passados os primeiros esforços - para ouvir os offs, absorver as informações e arrumar os óculos -, o filme desenvolve-se sem muito ritmo, chegando a se tornar cansativo e sinalizando que talvez não fossem necessários todos os seus 160 minutos para contar a história. No terço final, porém, tudo melhora. Os personagens ganham mais vida, mais dimensão, a ação é mais intensa e a briga entre as civilizações e as culturas literalmente pega fogo.

É impossível não traçar um paralelo entre a invasão humana predadora em Pandora e a cultura norte-americana de invadir e destruir toda e qualquer civilização que tenha algo que eles precisem. Nem vale a pena falar da finada política Bush, já que Avatar está na cabeça de James Cameron já há quase 20 anos. Mas sempre foi assim, seja com Coreia, Vietnã, Afeganistão, Iraque ou coisa que o valha. Tanto que uma das naves de guerra dos Humanos contra Pandora se chama Valquíria, provavelmente uma referência à música que o personagem de Robert Duvall escutava, enquanto chacinava vietnamitas em Apocalypse Now.

Como também é típico da cultura de entretenimento norte-americana, Avatar prioriza o visual em detrimento da profundidade. Em torno de 40% do que se vê na tela é resultante de ação filmada, e os restantes 60% foram gerados por computador, consumindo um orçamento total estimado em US$ 230 milhões. Como sempre, a trilha sonora é exagerada e incessante e a mensagem politicamente correta valoriza a natureza, a paz e a tolerância entre os povos culturalmente diferentes.

A pergunta que fica é sempre a mesma, em se tratando de blockbusters: por que os filmes que trazem mensagens de paz são tão violentos?

CURIOSIDADES
- É o primeiro longa-metragem de ficção de James Cameron desde o fenômeno Titanic (1997), e o primeiro filme em 3D do cineasta.

- Em seis semanas em cartaz nos cinemas mundiais, o longa foi o mais rentável de todos os tempos.






PRÊMIOS
- Vencedor de três Oscars em 2010: Melhor Fotografia, Melhor Direção e Arte e Melhor Efeitos Visuais

- Globo de Ouro de Melhor Filme Drama e Melhor Diretor




FICHA TÉCNICA
Diretor: James Cameron
Elenco: Sam Worthington, Sigourney Weaver, Michelle Rodriguez, Zoe Saldana, Giovanni Ribisi, Joel Moore.
Produção: James Cameron, Jon Landau
Roteiro: James Cameron
Fotografia: Mauro Fiore
Trilha Sonora: James Horner
Duração: 150 min.
Ano: 2009
País: EUA
Gênero: Ação
Cor: Colorido
Distribuidora: Fox Film
Estúdio: Twentieth Century-Fox Film Corporation / Lightstorm Entertainment / Giant Studios
Classificação: 12 anos

BASTARDOS INGLÓRIOS

BASTARDOS INGLÓRIOS
(Inglorious Bastards, 2009)
Nota Cineclick

A fama de Quentin Tarantino vem de longe. Desde 1992, quando estreou na direção de um longa com Cães de Aluguel, um filme que ainda soa inventivo mais de dez anos depois. Mas, naquela época, ele era mais queridinho de cinéfilos. Hoje, o nome de Tarantino é reconhecido numa esfera mais ampla, principalmente pelo frescor no estilo que ele traz ao cinema moderno. Bastardos Inglórios é seu filme mais maduro e bem resolvido, apoiando-se no excelente texto – uma das marcas do diretor -, mas principalmente pelas atuações marcantes e a complexidade narrativa.

Pegando emprestado o nome em inglês do épico de guerra italiano Quel Maledetto Treno Blindato (1978), Bastardos Inglórios acompanha um grupo de militares norte-americanos que, liderados pelo Tenente Aldo Raine (Brad Pitt), resolvem matar nazistas na França ocupada, durante a Segunda Guerra Mundial. A premissa é bem simples e parte daquele famoso princípio que os EUA sempre se consideraram policiais do mundo. Aqui, eles também são. Tomando as dores de milhões de judeus que sofriam estando na mira do regime nazista, resolvem partir para o ataque sem maneirar na violência.

Claro, maneirar na violência não é com Tarantino, que leva elementos bem americanos aos territórios europeus neste seu sétimo longa-metragem – como o soldado conhecido como Urso Judeu (Eli Roth), que usa um taco de beisebol para matar nazistas. Aliás, nada mais americano que o sotaque de Brad Pitt, totalmente sulista e extremamente divertido.

O personagem que fica no encalço dos Bastardos é o cínico Coronel Hans Landa (Christoph Waltz), detetive conhecido como “Caçador de Judeus” que age à procura de judeus escondidos na França a serviço da SS. Waltz – ator alemão premiado em Cannes por conta deste seu primeiro papel no cinema norte-americano -, o antagonista, trava um duelo memorável com Pitt, o protagonista. Os personagens estão juntos em cena durante poucas, mas bastante pontuais, cenas do longa. O duelo é principalmente apoiado por excelentes atuações, dando base ao positivo resultado final ao filme. Tanto que é difícil não ficar simpático ao antagonista: Waltz constrói um personagem que, embora conduzido pela crueldade de um regime político como o Nazismo, tem carisma e conquista o público com sua ironia.

O roteiro de Bastardos Inglórios levou dez anos para ficar pronto e esse tempo de maturação é refletido na tela. Tarantino mistura figuras reais – como Adolph Hitler (Martin Wuttke) e Joseph Goebbels (Sylvester Groth) – aos fictícios, criando uma trama ficcional capaz de prender o espectador. E, como já é de praxe, Tarantino mistura cenas de extrema violência ao humor, dando um ar mais palatável, digamos, ao sangue derramado.

Tarantino sempre consegue envolver o público a ponto de fazer com que a platéia torça por seus personagens. Assim como em A Prova de Morte - seu longa anterior, de 2007, que permanece inédito no circuito comercial -, o diretor entrega o que o público quer, culminando num final digno de aplausos. A conclusão de Bastardos Inglórios, aliás, traz uma bela homenagem ao cinema, o que Tarantino já faz ao inserir obras e referências cinematográficas em seus filmes. Mas, no caso de seu mais recente trabalho, as referências a figuras importantes da história do cinema são mais recorrentes e pontuais, como no uso de composições de Ennio Morricone, mestre da trilha sonora.

CURIOSIDADES
- Leonardo DiCaprio chegou a ser cogitado para protagonizar o filme.

- Quentin Tarantino cancelou sua vinda ao Festival do Rio para divulgar o longa.

- Recebeu oito indicações: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Christoph Waltz), Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia, Melhor Som, Melhor Efeitos Sonoros, Melhor Montagem.


PRÊMIOS
- Apesar das oito indicações, ganhou apenas Melhor Ator Coadjuvante (Christoph Waltz)

FICHA TÉCNICA
Diretor: Quentin Tarantino
Elenco: Brad Pitt, Diane Kruger, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, Daniel Brühl, Eli Roth, Samm Levine, Michael Fassbender, B.J. Novak, Til Schweiger.
Produção: Lawrence Bender
Roteiro: Quentin Tarantino
Fotografia: Robert Richardson
Duração: 153 min.
Ano: 2009
País: EUA/ Alemanha
Gênero: Ação
Cor: Colorido
Distribuidora: Paramount Pictures Brasil
Estúdio: Lawrence Bender Productions / Universal Pictures / A Band Apart / The Weinstein Company / Studio Babelsberg / Zehnte Babelsberg
Classificação: 18 anos

O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON

Nota Cineclick
Angélica Bito

No longínquo século 19, o escritor irlandês Oscar Wilde abordou o envelhecimento de forma fantasiosa no romance O Retrato de Dorian Gray, no qual o personagem principal, um homem extremamente vaidoso, enlouquece ao permanecer jovem, enquanto um retrato seu, escondido num armário, envelhece. Tendo como base um conto do escritor norte-americano F. Scott Fitzgerald, O Curioso Caso de Benjamin Button também aborda a questão do envelhecimento de uma forma bizarra, numa história fantástica, mas com tons otimistas, diferentemente da história de Wilde.

Benjamin Button (Brad Pitt) nasceu em circunstâncias extraordinárias, como ele mesmo define, no dia em que a Primeira Guerra Mundial terminou, em 11 de novembro de 1918. Enquanto as pessoas comemoravam o fim do conflito nas ruas de Nova Orleans, nos EUA, nascia o protagonista desta fábula, sobrevivente de um parto que acabou levando a vida de sua mãe. Mas ele nasce com uma doença: um bebê velho, à beira da morte, que rejuvenesce na medida em que os anos avançam. Desta forma, ele está fadado ver morrer todos que ele ama, numa trama sempre pontuada por nascimentos e mortes. Abandonado pelo pai, Thomas Button (Jason Flemyng), na porta de um asilo, é acolhido por Queenie (Taraji P. Henson), que, considerando aquele bebê idoso um milagre de Deus, o acolhe como filho.

Acompanhamos a fábula por meio de um diário escrito pelo protagonista, que, no fim de sua vida, foi parar nas mãos de Daisy (Cate Blanchett), o amor de sua vida, que se encontra no leito de morte enquanto o furacão Katrina ameaça destruir Nova Orleans, o que realmente ocorreu em 29 de agosto de 2005. Aliás, depois de Déja Vu (2006), esta foi a segunda produção hollywoodiana a ser rodada na cidade. A cidade já estava prevista como locação para o filme, rodado entre 2007 e 2008, mas os estragos causados pelo desastre natural - que matou cerca de 1.500 pessoas, destruiu mais de 100 mil casas e deixou prejuízos superiores a US$ 80 bilhões - colocaram em risco a realização das filmagens. Sensibilizado pelos efeitos da catástrofe, Pitt viu de perto a calamidade da situação durante as filmagens e, após a conclusão do filme, anunciou o projeto Make It Right, que tem como objetivo a construção de casas ecológicas na região. Em dezembro de 2008, as seis primeiras casas foram entregues à população. As 150 moradias previstas serão construídas acima do nível do solo, para evitar futuras inundações. Enquanto sua filha, Caroline (Julia Ormond), lê o diário, a história de Benjamin desenvolve-se na tela.

Por mais que seja uma fábula fantasiosa, a história de O Curioso Caso de Benjamin Button é capaz de conquistar o espectador por manter-se com o pé na realidade, visto os dois acontecimentos notórios que marcam o início e fim da história, a Primeira Guerra Mundial e o furacão Katrina. Os personagens tornam-se críveis simplesmente por terem testemunhado fatos que realmente aconteceram.

O Curioso Caso de Benjamin Button marca a terceira parceria cinematográfica entre o diretor David Fincher e o ator Brad Pitt, depois de Seven - Os Sete Crimes Capitais (1995) e Clube da Luta (1997). Neste filme, Fincher experimenta uma direção mais clássica ao contar esta bela fábula, que não lança mão da violência estética das duas outras produções protagonizadas por Pitt. Parece que Fincher amadureceu, assim como o ator. Mesmo desenvolvendo um trabalho mais clássico e convencional na direção, Fincher ainda é capaz de compor cenas belíssimas, inesquecíveis, de uma forma especialmente sensível, como se estivesse conduzindo uma verdadeira ode à vida, ao amor, aos relacionamentos e às pessoas que passam por nós. Percebe-se um envolvimento apaixonado de toda a equipe com esta história. Redundante dizer que Pitt, em particular, apresenta-se especialmente inspirado como o protagonista, independente das cinco horas de maquiagem às quais era submetido diariamente para aparentar velho.

O Curioso Caso de Benjamin Button já estréia no começo de 2009 despontando como provavelmente um dos mais belos filmes deste ano.

Em tempo: Pitt envolveu-se tanto com este projeto que levou sua filha Shiloh Jolie-Pitt, recém-nascida na época, aos sets de filmagem, fazendo até uma ponta no longa.

PRÊMIOS
- Vencedor de 3 Oscars - Melhor Maquiagem, Melhor Direção de Arte e Melhores Efeitos Visuais

FICHA TÉCNICA
Diretor: David Fincher
Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Tilda Swinton, Julia Ormond, Elle Fanning, Elias Koteas, Jason Flemyng, Taraji P. Henson, Josh Stewart
Produção: Ceán Chaffin, Kathleen Kennedy, Frank Marshall
Roteiro: Eric Roth e Robin Swicord, baseado em conto de F. Scott Fitzgerald
Fotografia: Claudio Miranda
Trilha Sonora: Alexandre Desplat
Duração: 166 min.
Ano: 2008
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Paramount Pictures
Classificação: 12 anos

Dúvida

DÚVIDA
Nota Cineclick
Angélica Bito

O primeiro filme que John Patrick Shanley dirigiu foi a comédia romântica Joe e o Vulcão, protagonizada por Tom Hanks em 1990. Quase 20 anos depois, ele volta à função em Dúvida, trabalho que não tem absolutamente nada a ver com sua estréia como diretor. Aqui, Shanley explora uma trama pesada - com roteiro assinado por ele, baseado em sua peça -, calcada no conceito que dá nome ao longa-metragem.

O filme se passa em 1964, um ano depois do assassinato do presidente John F. Kennedy. O episódio significou um momento de crise aos cidadãos norte-americanos, que depositavam fé na figura do líder. No bairro do Bronx (Nova York), o padre Flynn (Philip Seymour Hoffman) aproveita de situações cotidianas - como o próprio crime citado no início deste parágrafo - para desenvolver seus sermões dominicais, acompanhados sempre por uma igreja lotada de fiéis. A dúvida é tema de um sermão, a mesma dúvida que acompanha os personagens do longa-metragem. Nesta mesma congregação, a irmã Aloysius (Meryl Streep) dirige com mão de ferro uma escola de freiras onde a inocente irmã James (Amy Adams) parece detectar uma relação que põe em dúvida as atividades do padre Flynn.

São essas dúvidas em relação à fé e às atitudes dos personagens que movem os acontecimentos em Dúvida. A questão principal do filme não está relacionada aos fatos, mas sim em como as evidências são interpretadas tanto pelos personagens quanto pelo próprio público. Dúvida não é um filme de conclusões hermeticamente fechadas, o que pode fazer com que ele seja apreciado somente por aqueles que se propõem a ir ao cinema a fim de pensar.

É um filme difícil, traçado de uma forma complexa e por isso atraente não somente pelo roteiro, mas principalmente pelas atuações. O trio de protagonistas mostra-se forte o suficiente para sustentar as questões abertas propostas pela trama. Aliás, uma única cena protagonizada pela desconhecida Viola Davis (Noites de Tormenta) traz uma força única, rendendo ainda uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante, bem como os outros atores, também nomeados à premiação.

Tudo graças à direção de Shanley, que, apesar de abusar de alguns maneirismos no posicionamento de suas câmeras - como na utilização de enquadramentos propositalmente tortos e de um pedaço específico de uma escada na escola -, ainda é capaz de direcionar os atores ao caminho necessário exibido pela trama, baseada em suposições, não em fatos.

FICHA TÉCNICA
Diretor: John Patrick Shanley
Elenco: Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman, Amy Adams, Viola Davis, Lloyd Clay Brown, Joseph Foster, Bridget Megan Clark, Lydia Jordan, Paulie Litt, Matthew Marvin, Evan Lewis
Produção: Scott Rudin
Roteiro: John Patrick Shanley, baseado em peça de sua própria autoria
Fotografia: Roger Deakins
Duração: 105 min.
Ano: 2008
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Scott Rudin Productions
Classificação: 12 anos